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Economia

Agroneg?cio no Paran? cresce na contram?o da crise econ?mica nacional

Segunda-feira, 22 de junho de 2015


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A boa safra agr?cola, o crescimento do setor de frango e o c?mbio mais favor?vel est?o impulsionando o setor agropecu?rio no Paran?, que caminha na contram?o da crise econ?mica nacional.?

Puxada pela soja, o Estado deve colher a maior safra de gr?os da hist?ria e, com o real desvalorizado, o produtor rural tem obtido boa rentabilidade, mesmo com a queda nos pre?os internacionais das commodities agr?colas.?

As proje?es do setor s?o de que a agropecu?ria no Estado cres?a at? 4% em 2015, contra uma estimativa de um recuo da economia brasileira de at? 1,27% nesse ano, de acordo com boletim Focus do Banco Central.?

Na avalia??o do secret?rio da Agricultura, Norberto Ortigara, o agroneg?cio ajuda a dinamizar a economia paranaense. ?? um setor que traz riqueza, que ? respons?vel por 77% das exporta?es do Estado, que gera muito emprego e que passou por um salto tecnol?gico nas ?ltimas d?cadas. Al?m disso, ele vem ajudando a minimizar os efeitos negativos de outros setores na balan?a comercial e de pagamentos do Estado, afirma.?

?O desempenho do campo destoa do restante da economia. A desvaloriza??o do real ajudou a compensar a queda dos pre?os internacionais dos gr?os e o clima vem ajudando, com safra cheia de soja e milho e boas perspectivas para o trigo?, diz Robson Mafioletti, analista da Ger?ncia T?cnica e Econ?mica do Sindicato e Organiza??o das Cooperativas do Paran? (Ocepar).

A agropecu?ria responde por 9% do Produto Interno Bruto (PIB) ? soma de todas as riquezas do Paran?. A participa??o sobe para 35% quando se considera toda a cadeia do agroneg?cio, que inclui a industrializa??o e outros servi?os, como log?stica e transporte. Dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econ?mico Social (Ipardes) mostram que a agropecu?ria registrou um crescimento de 5,9% no primeiro trimestre de 2015.

De acordo com o secretario estadual da Agricultura, gra?as ao peso do agroneg?cio na economia, o governo mant?m uma s?rie de programas de apoio ao campo, tanto na ?rea de pesquisa e assist?ncia t?cnica como da agricultura familiar. ?Somado a esses projetos, temos um ousado programa de apoio financeiro para o setor, por meio do financiamento do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul), da Fomento Paran? e do programa de incentivos Paran? Competitivo?, diz ele.

Carro-chefe da agricultura paranaense, a soja registrou uma safra recorde em 2015, com 16,9 milh?es de toneladas, 16% acima da anterior, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.?

Junto com os bons desempenhos do milho e do trigo, a safra de gr?os caminha para chegar a 37,7 milh?es de toneladas, 5% superior ? do ano passado. ?Se confirmada, ser? a maior safra da hist?ria?, diz o economista Marcelo Garrido, chefe da Conjuntura Agropecu?ria do Deral.

AVICULTURA ? Outro setor de peso na agropecu?ria paranaense, a ind?stria de frango segue em ritmo acelerado. Maior produtor e exportador de frango do Pa?s, o Paran? espera uma alta de 4% na produ??o em 2015, segundo Domingos Martins, presidente do Sindicato das Ind?strias de Produtos Av?colas do Paran? (Sindiavipar). O crescimento ? menor em rela??o aos ?ltimos anos, quando o setor chegou a registrar um ritmo ?chin?s? de vendas, mas ainda assim ? um bom resultado, na avalia??o de Martins. ?Agora o mercado est? consolidado. Mas ainda h? um espa?o muito grande para crescimento. Mesmo na crise, o consumo de frango se mant?m. E h? uma perspectiva de acr?scimo das exporta?es, principalmente para a China?, diz ele. De janeiro a maio, o Paran? exportou 551,6 mil toneladas de frango, 10% mais do que no mesmo per?odo do ano passado. Os frigor?ficos do Estado respondem por 30% das exporta?es do Brasil.

LEITE ? A retomada da cadeia leiteira no Paran? vem fazendo a produ??o crescer, em m?dia, 7% por ano no Estado, ritmo que deve ser mantido em 2015, de acordo com o presidente executivo do Sindicato da Ind?stria de Latic?nios e Produtos Derivados do Paran? (Sindileite), Wilson Thiesen.?

O Paran? representa 12% da produ??o nacional. S?o 118 produtores e 318 ind?strias concentradas nas regi?es dos Campos Gerais, Sudoeste e Oeste. Entre 2003 e 2013, a produ??o paranaense cresceu 105%, o dobro da brasileira. Passou de 2,1 bilh?es para 4,3 bilh?es de litros.?

PRODUTIVIDADE ? Boa parte do resultado do agroneg?cio paranaense se deve ao aumento da produtividade nas lavouras. A alta tecnologia empregada elevou a produtividade da soja - principal cultura do Estado - em 12% na safra 2014/2015, para 3.326 quilos por hectare.

O produtor Erwin Soliva, que h? 30 anos planta soja em Cascavel, no Oeste do Estado, colheu 60 sacas de soja por hectare ? o que lhe garantiu uma produtividade de 3,6 mil quilos por hectare. ?O ano passado j? havia sido bom e esse foi ainda melhor?, diz ele, que investiu na aquisi??o de uma plantadeira para melhorar a qualidade do plantio. Com isso, foi poss?vel reduzir as janelas de intervalo durante o plantio, o que garante maior rendimento para a produ??o.

O agroneg?cio vem segurando a economia brasileira e n?o ? de hoje diz ele. ?O d?lar na casa dos R$ 3,00 ajudou a manter a rentabilidade da soja na exporta??o?, acrescenta o agricultor.?

O economista Marcelo Garrido, chefe da Conjuntura agropecu?ria do Deral, explica que o uso de mais tecnologia tamb?m beneficiou outras culturas. A produtividade nas lavouras de milho da primeira safra cresceu 6%, passando para 8.654 quilos por hectare e, para o trigo, que est? em fase de plantio, ? esperado um crescimento de 9%, o que corresponde a 3 mil quilos por hectare.?



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(BOX 1)

Agroneg?cio eleva participa??o nos financiamentos do BRDE

O bom momento do agroneg?cio paranaense vem estimulando os investimentos. Somente as cooperativas do Estado preveem aplicar R$ 2,4 bilh?es em 2015, volume que ser? destinado a projetos na ?rea de armazenagem, frango, malte, milho, soja e fertilizantes, segundo o Sindicato e Organiza??o dos Cooperativas do Paran? ( Ocepar). A estimativa da entidade ? que esses projetos gerem cerca de 5 mil empregos no interior do Estado.

Grande parte desses projetos tem apoio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Dos 800 milh?es contratados pela ag?ncia de Curitiba do banco de janeiro at? agora, 90% foram destinados para o agroneg?cio. O ?ndice supera a m?dia dos ?ltimos anos, quando o setor agr?cola respondeu por 60% do volume contratado.

Somente no primeiro semestre de 2015, o BRDE liberou R$ 147 milh?es para financiamento de projetos de cooperativas como a Coamo Agroindustrial Cooperativa e a Castrolanda Cooperativa Agroindustrial e, tamb?m, de pequenos produtores rurais integrados das regi?es Noroeste e Campos Gerais. S?o opera?es de apoio ? cadeia de su?nos, incluindo amplia??o e moderniza??o de unidades produtivas, e ao setor de armazenagem.?

A Companhia Agropecu?ria Consolata (Copacol), de Cafel?ndia, no Oeste do Estado, por sua vez, est? investindo R$ 147 milh?es, dos quais R$ 50 milh?es financiados pelo BRDE.

Os recursos v?o para aumentar a capacidade de produ??o de matrizes, armazenamento e constru??o de f?brica de ra?es, entre outros. A meta da cooperativa ? elevar seu faturamento de R$ 2,5 bilh?es para R$ 4 bilh?es at? 2018 e uma nova safra de investimentos deve ser colocada em pr?tica a partir de 2016, segundo a cooperativa.?



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(BOX 2)

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Renda do campo se multiplica no Com?rcio

A renda do campo tem um efeito multiplicador e ajuda a movimentar tamb?m outros setores, como o com?rcio e os servi?os nos munic?pios do interior do Estado.

O dinheiro gerado pela safra ? que est? ?salvando a lavoura? para o gerente de uma concession?ria de ve?culos de Campo Mour?o, Carlos Alves. Em meio aos juros altos e ao cr?dito mais escasso, s?o os agricultores que v?m mantendo as vendas de autom?veis e utilit?rios.

Com eleva??o das taxas de juros, o consumidor que mora na cidade e depende de cr?dito praticamente desapareceu das lojas. ?As vendas ca?ram muito entre as pessoas que dependem de financiamento. Mas a gente sabe que com a agricultura ? garantido. Se o campo vai bem, as vendas v?o bem. Se o campo vai mal, as vendas v?o mal. E o produtor geralmente paga a vista, diz ele.

Em Tibagi, na regi?o dos Campos Gerais, a produ??o agr?cola ajudou a amenizar os efeitos da crise no com?rcio, segundo Adriano Mileski, presidente da Associa??o Comercial, Empresarial e Tur?stica de Tibagi (Acett). Aqui ? uma regi?o de grandes produtores, que acabam gastando a renda do campo em outras pra?as. Mas os trabalhadores da lavoura ajudam a movimentar as lojas. Se n?o fossem eles, a situa??o do com?rcio seria bem pior, afirma.?

De acordo com o presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econ?mico Social (Ipardes), Julio Takeshi Suzuki Junior, o agroneg?cio ? hoje o setor mais competitivo da economia brasileira, com uma contribui??o muito importante para o desenvolvimento do Estado?.

Fonte: AEN - Agência de Notícias

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